Trabalhadoras e trabalhadores em educação discutiram os riscos da aplicação inadequada de novas tecnologias no ensino, o PL 2614/2024 do Plano Nacional de Educação, eleições municipais, entre outros assuntos. O Conselho Nacional de Entidades aconteceu nos dias 18 e 19 de julho, em Brasília-DF, reunindo representantes de sindicatos e entidades de todo o país. Representaram o Sinterg as coordenadoras Dóris Nogueira e Meri Barbosa, e a professora Patrícia Noronha.
A plataformização do ensino, que em síntese é a inserção de plataformas digitais na educação, foi um dos debates mais importantes do primeiro dia do evento. Entidades como a CNTE percebem uma série de riscos na aplicação inadequada dessas tecnologias, como a ideia de substituir pessoas por aplicativos e plataformas ao invés de entendê-las como auxiliares das e dos profissionais. Geralmente, o uso indiscriminado de plataformas digitais é defendido por empresas privadas que exploram a educação e por outros setores, como bancos, por exemplo.
O tema é complexo e muitas vezes travestido apenas com as potencialidades positivas das tecnologias. “Os presidentes dos bancos (financiadores desses projetos) colocam como política dessas iniciativas a superação das desigualdades digitais, a redução de lacunas de acesso, inclusive na educação, e isso nos coloca em dificuldade para fazer o enfrentamento. Afinal, quem não vai achar importante incluir esse acesso digital pelo caminho?”, explicou Heleno Araújo, presidente da CNTE.
Inclusive, de acordo com Heleno Araújo, “o próprio Banco Mundial já referenciou no seu relatório que os sindicatos são tidos como obstáculos para a consolidação desses projetos… A teoria é sempre de bastante diálogo, mas na hora de executar a política, o caminho acaba sendo outro”.
Outro tema abordado foi o Plano Nacional de Educação (PNE). O assessor jurídico da CNTE, Eduardo Ferreira, fez algumas exposições sobre o projeto de lei numa análise da conjuntura do país e o que está contido no documento. A partir da análise das carências, ausências e preocupações percebidas no projeto, a CNTE anunciou a construção de uma proposta de emenda ao PL que contemple anseios da categoria.
Também esteve na pauta das trabalhadoras e trabalhadores em educação as eleições municipais e o calendário de mobilizações.
Fotos: Geovana Albuquerque
Calendário de Mobilizações, segundo semestre
de 2024:
Julho
* 22 e 23/7- Labour 20 (L20) CUT/OIT- Centro
de Eventos.
* 26/7 a 1/8- Congresso da IE/ Argentina.
* Dia 30/07 – Manifestação Nacional contra os
Juros Altos.
Agosto
* Plataforma Eleitoral – Buscar votos para
eleger bancada de Trabalhadoras/es em Educação (Vereadoras/es e Prefeitos/as).
* Dia 6.8 – Manifestações pela Valorização
dos/as Profissionais da Educação.
* Dia 14.08 – Realizar Atos Públicos em Defesa
da Educação Básica.
Setembro
* Buscar votos para eleger Trabalhadoras/es em
Educação para vereadoras/es e prefeitas/os.
* Dia 7.09 – Mobilizar e participar das
manifestações do Grito dos/as Excluídos/as.
* Dia 19.09 – Ocupar as redes sociais
divulgando as ideias e pensamentos de Paulo
Freire, por uma escola emancipadora.
Outubro
* Atuar nas eleições municipais (06 e
27.10.24).
* Dia 5.10 – Manifestações para divulgar o Dia
Mundial do Docente.
* Dia 24.10 – Realizar atos públicos pela
valorização das/os profissionais da educação.
* Dias 29 e 30.10 – Seminário Internacional da
Educação, em Fortaleza/CE – ação aralela ao encontro dos/as ministros/as da
Educação do G20.
* Dia 30.10 – Reunião da direção da CNTE, a
partir das 18h.
* Dias 31.10 e 1.11 – Reunião do CNE-CNTE.
Novembro
* Dia 11.11 – Atos públicos em defesa do PNE
como projeto de nação.
* Dia 14 a 19 – G20 Social e Cúpula dos Povos
no Rio de Janeiro
* Dia 20.11 – Manifestações de combate ao
racismo.
* De 20.11 a 10.12 – 21 dias de Ativismo pelo
fim da violência contra as mulheres.
Dezembro
* Dia 01.12 – Manifestações de combate à AIDS.
* Dia 10.12 – Manifestações pelo
fortalecimento dos direitos humanos.
